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A mostrar mensagens de abril, 2015

O poder é do povo.

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"O povo é quem mais ordena, Terra da Fraternidade" - Grândola, Vila Morena - Zeca Afonso Hoje, 25 de abril de 2015, festejamos os quarenta e um anos da Grande Revolução, daquela que ficou marcada para sempre, aquela que ficou conhecida como a dos Cravos. Foi a nossa libertação. Foi o início da nossa liberdade. Não há mais ditadura. Não há mais impedimentos. Não há mais guerra. Não há mais censura. Não há mais medo. Não há mais sacrifício. Paz descreve. Igualdade também. O poder é nosso. O poder é do povo. Somos um e comandamos o país como queremos e desejamos. Está em nossas mãos, como nunca antes de 25 de abril de 1974 tinha estado. Temos o poder e fazemos dele o que queremos. E com isso, hoje, vivemos num país cheio de corrupção. Vivemos num país com dívidas. Vivemos num país com dificuldades. Vivemos num país em que, quem sabe, os desempregados quase passam os trabalhadores. Vivemos num país que não dá valor aos talentos que nele possui. Vivemos num país que se recusam as

Parece tão distante

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Pareço uma louca e tenho noção disso. Deixo-me ir. Quantas vezes tenho momentos destes? Isto foi a minha infância e essa não volta a acontecer. Não há nenhum botão que me leve para trás no tempo. Só tenho as memórias disso e do quão bom foi. Parece tudo tão distante. E, se calhar, até é. Sinto o vento empurrar-me o cabelo para longe do rosto. Sinto o meu cabelo esvoaçar. Sinto os pés largarem o chão. As minhas mãos seguram firmemente aquilo que me impedirá de cair. Sinto-me a voar. E a sensação é indescritível. Fogem-me as palavras. E pensar que tudo isto já fez parte do que eu fui e daquilo que sempre serei. Como é que o tempo passou tão rápido? Cresci tanto, que o meu corpo já mal cabe neste baloiço. Cresci tanto que a minha mente já não vê isto como uma simples brincadeira. Cresci tanto que os meus olhos veem o chão ainda mais longe do que antes. Cresci tanto que o meu grito já não soa tão criança lá no alto. Cresci tanto que os meus pés pouco longe do chão ficam. Cresci tanto que a

Um até sempre.

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Não queria e continuaria a não querer se fosse noutro dia, mas fui. Avancei na direção daquele autocarro e deixei-me levar para onde todos queriam que eu fosse. O meu lado emotivo não estava pronto para tal. Sentia que a qualquer momento me podia deixar ir abaixo. Assim que entrei naquele espaço, a minha cabeça parecia estourar. Queria vê-los. Queria estar ali. Queria tocar-lhes. Queria brincar com eles. Avançamos e, no primeiro quarto, estavam quatro crianças: duas meninas e dois meninos. Uma das meninas, tinha o meu nome. Foi como um choque. E era igual a mim quando nasci. Algo me dizia que fiz o certo em deixar-me ser levada para ali. Ela dormia tão descansada, que quase posso afirmar que lhe conseguia ver o peito a subir e descer, conforme respirava. Lá, num dos cantinhos, estava um dos meninos, com o dedo na boca, como se fosse a sua chupeta. Como eu gostaria que eles tivessem uma família. Mas a família deles é aquele lugar. É ali que pertencem agora. Conforme íamos avançando e ví

A minha cabeça anda a cem.

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Neste momento, a minha cabeça anda a cem. Como? Porquê? Nem sei explicar. Nem sei se sei a razão. Tudo o que oiço é a música que soa nos meus fones, mas é tudo uma confusão de palavras. Fecho os olhos e, pela primeira vez, está tudo preto, confuso, meio que desfocado, a fugir para um cinzento, uma sombra de algo. Não sei o que é, nem de onde vem. Isto é estranho, mas sinto-o. Sinto a presença deste sentimento estranho. Fecho os olhos novamente e continua tudo preto, porquê? Porquê se eu não quero que esteja? Olho à minha volta e tenho roupa espalhada na cama, um número infinito de camisolas e umas dez calças diferentes, tenho ainda alguns calções, mas não. Não quero nada daquilo. Olho para o armário e não vejo nada que me agrade. Não há nada que queira vestir. Arrumo tudo novamente, pela vigésima vez, talvez. E fixo o armário repleto de roupa. Não. Não quero vestir nada daquilo. Desvio o meu olhar para outro lado e deparo-me com os meus livros espalhados no chão, juntamente com os cade

A polémica de Cinquenta Sombras

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"Não sou homem de flores e corações. Não quero saber das histórias de amor." - Christian Grey, Fifty Shades Of Grey, E.L. James Quando, por mero acaso, vagueava por páginas da internet, lembrei-me do livro mais misterioso, apaixonante, intenso, duro, frio e poderoso que alguma vez li. Cinquenta Sombras de Grey. Li a trilogia toda e, sem dúvida alguma, foi dos melhores romances, dramas e, inclusivamente, comédias que já li. Antes de ler Cinquenta Sombras, só lia romances com finais felizes, com histórias perfeitas, com príncipes e princesas. Sonhava com isso. Queria ter o meu romance encantado também. Mas dei-me conta de que nem tudo é um conto de fadas, tanto que a vida é um conto de falhas. Foi então que resolvi aventurar-me no romance mais conhecido em todo o mundo, quer pelo lado bom, quer pelo lado mau. Queria, afinal, ter também uma opinião, sendo que é uma em 7 biliões, mas é a minha. E não tive nenhum livro que me prendesse tanto. Nunca li um livro com tanto suspense

Então?

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Por vezes, nem há palavras que expliquem. É como a chuva com sol. Ou o sol com chuva. A lua com o sol. Ou o sol com a lua. São coisas distintas, inexplicáveis... Sinto saudades. Saudades da criança que um dia fui. Se pudesse desejar alguma coisa, talvez desejasse ir ao meu passado. Ao meu bom passado. Revivia cada ida à praia. Cada brincadeira com os colegas de escola. A mudança de casa. A atenção. O carinho. Revivia cada bom momento. Talvez porque, hoje, cheguei à conclusão de que nada volta atrás. Cheguei à conclusão de que aquilo que fomos, jamais voltaremos a ser. Cheguei à conclusão que a melhor parte da vida, talvez já tenha passado por mim e nem dei conta disso. Não anotei cada bom momento. Não anotei o nome de cada pessoa que conheci. Não anotei cada festa que tive. Não anotei nada. E devia tê-lo feito. Anotar o bom. E o mau. Não nos devemos lembrar daquilo que foi mau no nosso passado, mas podemos sempre anotá-lo, numa folha solta, chegar perto dela com um isqueiro ou fósforo