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"... quando fosse grande é que ia ser fixe."

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O mais difícil de ser-se adulto é ter de tomar decisões. E pior: lidar com as consequências. Porque não há botão de voltar atrás como nos comandos. Está feito, está. Se queres alterar a tua decisão, terás de investir numa nova. E é quando me pedem para tomar decisões que fico mais apreensiva, ansiosa e silenciosa. Sinto que o nosso cérebro, por vezes, já tem as respostas necessárias para nós, mas que gosta de as tornar complicadas e fazer-nos revê-las uma, duas, três ou mais vezes. Quando sentimos que algo é certo, mas aquela voz hedionda continua a massacrar-nos para ver o lado errado. Crescer nem sempre é sinónimo de ter a vida facilitada. Enganada estava eu quando achava que quando fosse grande é que ia ser fixe. Nada tem de fixe questionar-me constantemente se tomei as decisões certas. Mas, afinal, existem decisões erradas? Este ano, posso dizer que fui confrontada com várias decisões, mas até ao momento ainda não vi os resultados negativos de nenhuma. Contudo, também não vi os po

Encontrei o lugar onde sou feliz

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Lembro-me quase de forma perfeita onde me encontrava há dois anos atrás. Destruída, a tentar encontrar-me, com ansiedade às costas, sensação de desmaio a todo o momento, perdida. Sentia-me sozinha, não tinha emprego, não via melhorias, não via os meus amigos. Estava um caos. Há um ano atrás, estava diferente, mas ainda incompleta. Já tinha um emprego, via os meus amigos com regularidade, fiz amigos novos, tive paixonetas e desamores, mas estava a voltar a ter-me a mim. A autoconfiança regressara depois de muito trabalho interior e exterior. Continuava a faltar-me muito, mas já não era tudo e isso era bom. Ver o copo sempre meio cheio, certo? Hoje, sou uma pessoa completamente diferente. Sinto que cresci em meses o que me faltou crescer em anos. Aprendi a valorizar mais os pequenos momentos, as pessoas, os momentos em família e entre amigos. Aprendi a valorizar-me muito mais. Não há forma de ser amado num mundo onde não te ames primeiro. Mudei radicalmente o meu estilo de vida. Saio mai

Não desistas de acreditar.

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Toda a gente que me rodeia sabe que nem sempre fui uma pessoa fácil. Não era fácil alguém gostar de mim e aceitar-me tal como eu sou. Não era fácil corresponder aos ideais que eu criava na minha cabeça. Não era fácil ser aquilo que eu sempre procurava. Não era fácil amar-me. Sempre que me apaixonei por alguém, foi por inteiro. Eu colocava o meu coração à disposição e as pessoas faziam o que queriam com ele. Até que eu percebi que eu também estava a fazer isso. Eu não gostava de estar sozinha, não sabia gostar da minha própria companhia. Eu não gostava de me olhar ao espelho e achar que o corpo define as escolhas do outro. E as minhas. Eu não gostava de estar rodeada de pessoas enamoradas só porque eu não tinha ninguém. E tudo isto porque eu sempre procurei. Eu quis tanto, que nunca tive. E é aí que tu percebes que o teu chip tem de mudar. Tens de saber gostar de ti primeiro. Tens de saber que esperar é uma virtude. Que parar de procurar é essencial. Tens de entender que tu também merec

Ele é o comandante

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  “Você nunca encontrará a pessoa certa se não souber deixar a pessoa errada ir embora.” Um dia, quando li esta frase deparei-me com a dura realidade a que me tinha autossubmetido. Já não era mais eu. Era “eu sem ti”. Doeu perceber que tinha de te deixar ir para me ter a mim. Porque me tinha perdido, efetivamente. Via-te espelhado em cada pessoa que conhecia e tentava decifrar nela todos os pedaços de ti e todos os teus defeitos. Não queria cometer o mesmo erro. Foi dura a realidade quando percebi que o maior defeito estava em mim: continuava à espera daquilo a que não me dava oportunidade de ter. Pensei que ia ficar assim durante muito tempo. Mas resolvi aceitar quando o conheci. Conhecer no seu significado de dicionário “saber quem alguém é” e não “ter noção de existir alguém”. Eu conhecia-o da segunda forma, mas não da primeira. Não tinha qualquer tipo de conexão com ele, nem sequer mesmo uma ínfima amizade. Mas ele surgiu, do nada, de calça perfeitamente desenhada para ele, de cami

Por isso, volta.

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Já perdi a conta ao número de dias que aqui estou. Há coisas que, muitas vezes, perdemos a conta. Não me queixo. Sinto-me bem. Já há algum tempo que não sabia o que era ficar parada, sem ansiedade ou stress, sem problemas, com tempo para mim e para os meus, para fazer aquilo de que gosto. Digamos que iria fazer dois anos desde a última vez que soube o que eram férias prolongadas. Por isso, não me queixo, de todo. Também não me queixo de ter trabalho quando o tenho. Mas agradeço estas pausas. Acho que devemos estar gratos por tudo e mais alguma coisa que a vida nos der. Acho que devemos atribuir sempre um valor positivo mesmo às coisas que só nos parecem ter uma conotação negativa. E estes dias trouxeram-me isso. O tempo. A valorização. A paciência. A resistência. O aproveitar. O viver.  E é com este sol a tentar furar pelo guarda-sol que volto a escrever. Confesso que também era das coisas que mais tinha saudades de fazer. Escrever por prazer. Escrever por lazer. Não o escrever porq

O que custa tentar?

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Estás a ver quando tudo aquilo que tu achavas estar bem é derrubado pela queda na realidade? Quando achas que tens tudo sob controle, mas não tens. Quando achas que não pode acontecer contigo, mas pode. Quando achas que vai passar com o tempo, mas não passa. Quando achas que ainda tens tempo, mas não tens. Quando achas que vais conseguir sem tentar, mas não vais. Quando achas que és indestrutível, mas não és. Quando achas que a tua confiança já não pode descer mais, mas pode. Quando achas que não queres, mas vais passar a ter de querer. Quando achas que não aguentas mais, mas vais ter de aguentar. Há dias que simplesmente mudam a tua vida quando cais na realidade. Há dias que mudam tudo aquilo que achavas ter como certo. Há dias que mudam tudo aquilo que achavas. Ponto. Já não tens controlo naquilo que fazes, comes, queres ou até mesmo precisas. Já não tens noção das coisas que te podem vir a acontecer se não mudares. Já não tens tempo para esperar que chegue a vontade de mudar. Já nã

Não desistas de ti.

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Vivemos constantemente a querer agradar aos outros. A achar que somos imperfeitos. A achar que há tanto para mudar em nós mesmos. A sentir que ninguém nos nota. A sentir que ninguém nos vê. A sentir que ninguém nos ouve. A perceber que nem sempre vamos ser recompensados. Pelo menos nem sempre na medida certa. A perceber que há momentos que nos podem definir. A perceber que há pessoas que tentam transformar-nos. A perceber que há pessoas que criam uma história ficcionada sobre nós. A ver que nem sempre quem está ao nosso lado é o nosso amigo, mas o inimigo. A ver que nem sempre as pessoas vão valorizar o que fazemos por elas e com elas. A ver que nem sempre os nossos esforços se vão refletir para todos nos parabenizarem. A entender que nem sempre vamos precisar desse reconhecimento. A entender que nem sempre vamos querer estar ocupados. A entender que nem sempre vamos querer companhia. A entender que precisamos de acalmar. Passamos anos, vidas, a tentar perceber quem somos, porque somo