Yours truly

Estava sem ocupação e resolvi fixar-me naquela pessoa que se encontrava mais próxima de mim. Os seus olhos cor de mel. O seu sorriso imperfeito. Os seus lábios rosados. Os seus cabelos quase loiros. Os seus dedos longos. A sua estatura. Tudo em si me chamou a atenção. A forma como pestanejava, lenta e rapidamente, vezes sem conta. A forma como os seus lábios se mexiam para conversar comigo ou com outra pessoa. A maneira como os seus dedos se moviam enquanto tentava explicar uma situação passada. A forma como as suas mãos tocavam a minha pele. A maneira atrevida e divertida como me fazia cócegas ou lutava com almofadas. A forma como o seu cabelo estava penteado na perfeição, mas ainda assim recebia os seus dedos para ser ajeitado. O seu sorriso imperfeito que conseguia tornar os dias perfeitos. Não é apenas alguém que conheço. Não é apenas um amigo. Não é só alguém que me diz "bom dia" e mais nada. Não é aquela pessoa que me magoa constantemente. Não é aquele que estraga os me

Fui sempre ensinada de que as pessoas que nos rodeiam irão julgar-nos, criticar-nos, desiludir-nos, magoar-nos, abandonar-nos. Ao mesmo tempo que me ensinavam isso, ensinavam-me a não me prender demasiado às pessoas e a não confiar em todos. Ensinaram-me a não me importar com as coisas que comentassem sobre mim e a manter-me fiel ao que sou, mesmo que fosse difícil. Ensinaram-me que somos capazes de alcançar as coisas, ignorando os obstáculos, muitos deles são as pessoas. Tinha, talvez, uns sete anos de idade. Hoje, estou crescida, com mais nove anos, cheguei à conclusão de que tudo o que me ensinaram é difícil de pôr em prática. Oiço os rumores à minha volta. Oiço as críticas começarem. Oiço os julgamentos soarem. Sou desiludida a cada passo que dou. Sou magoada a cada palavra que digo. Sou abandonada a cada erro que cometo. As pessoas vivem em sociedade sem saberem lidar umas com as outras. Conto-vos isto por experiência própria. Eu mesma não sei lidar com as pessoas que me rodeiam.

Mesmo que não saiba como escrever, o que escrever, sobre o que devo escrever, a vontade de o fazer torna-se maior e não sou capaz de lhe resistir. Não devemos guardar para nós tudo aquilo que nos vai na mente, no coração, na alma. Não devemos manter para nós aquilo que achamos que está errado e o que achamos estar certo. Não devemos guardar para nós o quanto estamos desiludidos ou tristes com alguém ou alguma coisa. Não devemos guardar para nós o que sentimentos. Mesmo que anonimamente devemos libertar-nos das coisas que nos prendem. Temos de nos tornar pessoas terra-a-terra. Temos de aprender a lidar com certas situações da forma mais razoável e sincera possível. Temos de nos libertar daquilo que nos faz sentir fracos, mal e tristes. Devemos libertar-nos de tudo aquilo que a nossa mente carrega sobre os outros e sobre as coisas que nos rodeiam. Conheço pessoas que descarregam as boas e más energias, pensamentos e sentimentos em várias atividades do dia-a-dia. Tenho um amigo que utiliz

Já alguma vez tiveste a sensação de que realmente conseguias viver sem estar numa relação e ser feliz na mesma? Já alguma vez tiveste a sensação de que conseguias viver sem depender de outra pessoa? Tiveste a sensação de que consegues ser feliz se te amares acima de tudo e todos? Tiveste a sensação de que consegues triunfar e vencer sem precisar de alguém? Tiveste a sensação de que consegues ter forças e levantar-te sozinho quando te confrontas com algum obstáculo? Se não, esta é a altura. Olha à tua volta e pensa sobre a tua vida. Há dias, estava sozinha, sentada no chão, a olhar pela janela, com os meus olhos focados no céu. A imperfeição de que o Mundo é feito, torna tudo perfeito. Estava a ouvir uma música, enquanto observava atentamente cada estrela que aos meus olhos aparecia; observava atentamente como a Lua consegue brilhar, mesmo sendo mais pequena do que a Terra; observava atentamente como as estrelas rodeavam a Lua e ainda assim, mesmo sendo em maior número, não conseguiam u

Pensar em quê? Por vezes, pensamos demasiado ou até pouco do que devíamos. Há situações que não nos dão tempo suficiente para pensar, levando-nos, por vezes, a cair em armadilhas ou problemas. Por outro lado, há situações em que pensamos vezes sem conta sobre um determinado assunto, o que nos faz andar como um automóvel no trânsito: pára, arranca, pára, arranca... Cada um de nós deve criar em si um limite de pensamento, isto é, saber o mínimo e o máximo que deve pensar. Para além disso, pensamos o tempo todo, mesmo que não reparemos nisso. Agora a questão é: pensar em quê? Nós pensamos sobre tudo: o que dizer, o que fazer, com quem falar, como curar uma doença, ou até mesmo para resolver um exercício matemático ou filosófico. Pensamos sobre tudo e nada. Muitas das vezes temos pensamentos negativos sobre tudo e pensamentos positivos sobre nada. Pensar sobre o nada pode chamar-se de sonhar. Sonhar com o quê? Sonhamos com o que queremos, o que desejamos, o que tememos e até mesmo com o