Nunca voltarás.
Foste. E nunca mais voltaste. Sei que não voltas. Nunca voltarás. Não porque não possas, mas porque não queres. E, às vezes, tenho a certeza de que também não quero. Nunca sei se estaria pronta a enfrentar o passado. O passado que te envolve. O passado que foste tu. Dizem que nunca devemos viver agarrados ao passado, mas é difícil fazê-lo quando não tivemos todas as respostas. Quando as dúvidas ficaram a pairar. Há tanta coisa que ficou por explicar. Tanta coisa que ficou por dizer. Tem dias em que já não me importo, já não faz diferença. Mas há outros… outros em que dói. Dói porque não gosto de ficar sem resposta, não gosto de ser enganada, não suporto mentiras e não aceito abandonos espontâneos. E tu fizeste tudo isso. E ainda hoje me guio pelo que és, ou eras, para avaliar todos os que me rodeiam. Porque achava que eras perfeito. Que tinhas tudo o que qualquer ser humano devia ser. O que era suposto cada um de nós ser. Achei que tinhas sido feito à medida daquilo que eu precisava