Por isso, volta.

Já perdi a conta ao número de dias que aqui estou. Há coisas que, muitas vezes, perdemos a conta. Não me queixo. Sinto-me bem. Já há algum tempo que não sabia o que era ficar parada, sem ansiedade ou stress, sem problemas, com tempo para mim e para os meus, para fazer aquilo de que gosto. Digamos que iria fazer dois anos desde a última vez que soube o que eram férias prolongadas. Por isso, não me queixo, de todo. Também não me queixo de ter trabalho quando o tenho. Mas agradeço estas pausas. Acho que devemos estar gratos por tudo e mais alguma coisa que a vida nos der. Acho que devemos atribuir sempre um valor positivo mesmo às coisas que só nos parecem ter uma conotação negativa. E estes dias trouxeram-me isso. O tempo. A valorização. A paciência. A resistência. O aproveitar. O viver. 
E é com este sol a tentar furar pelo guarda-sol que volto a escrever. Confesso que também era das coisas que mais tinha saudades de fazer. Escrever por prazer. Escrever por lazer. Não o escrever porque tenho um relatório para terminar ou porque há uma carta importante para enviar. Escrever porque me apetece. Simplesmente. 
Devemos, na minha opinião, voltar sempre ao lugar onde já fomos ou somos felizes e isso também é válido para voltar a atividades, a pessoas, a sensações. Devemos ser sempre capazes de compreender que há momentos em que precisamos de voltar. Seja onde for e para onde for e para o que for. Até mesmo a memórias dolorosas e tristes. Porquê? Estás maluca? Porque sim. Porque foram elas que nos ajudaram a ser mais fortes, a ser quem somos hoje, como somos. Foram elas que nos deram algum ensinamento sobre alguma parte da vida. Foram elas que nos deram algum ensinamento sobre nós mesmos e sobre como agimos connosco e com os outros. Foram elas que nos ensinaram a viver. Foram elas que nos ensinaram a valorizar cada vez mais as memórias felizes. Porque, apesar de podermos voltar onde, a quem, como queremos, nunca vamos voltar para viver exatamente da mesma forma. Muda o tempo, o clima, a atmosfera, o ser humano, os sentimentos, as opiniões, o lugar. Tudo muda. 
Ontem até podia estar sol, mas hoje podia estar a chover. Ontem até podias sentir um frio na barriga, mas hoje podias sentir-te indiferente. Ontem até podias ser uma pessoa alegre, mas hoje não estares nem aí para diversão. Ontem até podias gostar, mas hoje nem sequer te lembrares. Ontem até podiam existir rosas vermelhas, mas hoje as pétalas caíram. 
Nada é igual, mas é importante voltar, para que cada momento novo te molde, te ajude, te dê vida. Para que cada momento seja mais um pedacinho novo em ti, de ti e para ti. 
Por isso, volta.

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