Não desistas de acreditar.

Toda a gente que me rodeia sabe que nem sempre fui uma pessoa fácil. Não era fácil alguém gostar de mim e aceitar-me tal como eu sou. Não era fácil corresponder aos ideais que eu criava na minha cabeça. Não era fácil ser aquilo que eu sempre procurava. Não era fácil amar-me. Sempre que me apaixonei por alguém, foi por inteiro. Eu colocava o meu coração à disposição e as pessoas faziam o que queriam com ele. Até que eu percebi que eu também estava a fazer isso. Eu não gostava de estar sozinha, não sabia gostar da minha própria companhia. Eu não gostava de me olhar ao espelho e achar que o corpo define as escolhas do outro. E as minhas. Eu não gostava de estar rodeada de pessoas enamoradas só porque eu não tinha ninguém. E tudo isto porque eu sempre procurei. Eu quis tanto, que nunca tive. E é aí que tu percebes que o teu chip tem de mudar. Tens de saber gostar de ti primeiro. Tens de saber que esperar é uma virtude. Que parar de procurar é essencial. Tens de entender que tu também mereces viver esse amor que todos dizem viver à tua volta. Começa em ti, aceitares o facto de que nunca vais ser perfeita e, como tal, não haverá ninguém perfeito para ti. Contudo, serás o melhor de ti e alguém vai notar isso, um dia. E o outro, aí, já não vai precisar de ser perfeito também. Porque aceitas, tudo, tal como é. Aceitas que, por vezes, a solidão é necessária para nos fazer valorizar a presença dos outros. Aceitas que, por vezes, o lado negro das coisas é necessário para nos fazer valorizar as pequenas coisas. Aceitas que, muitas vezes, só precisas de desistir e o abraço pelo qual esperaste a vida inteira acaba por chegar até ti. Aceitas que desistir não faz de ti fraco, faz de ti forte o suficiente para não continuar onde estás. Aceitas que te podem amar, de qualquer maneira, de qualquer jeito e forma. Desde que amem. Aceitas que o amor é irrepetível. Não amamos todos da mesma maneira nem com as mesmas intensidades. Aceitas que, quando ele chegar até ti, se for o amor que precisas e mereces, é o momento certo. Aceitas que, por mais tempo que demore, um dia, tu vais ser feliz ao lado de alguém. Aceitas tudo isto e muito mais. Porque te aceitaste primeiro. Não procures amor. Não mendigues amor. E não desistas do amor. Algures na tua vida, haverá alguém para te apanhar, para te abraçar, para te amar e para te aceitar. Tal como és. Não desistas de acreditar. O amor escolhe-nos a todos, um a um, mas no tempo certo e da forma certa. Há poucas coisas que podemos controlar, mas, se conseguires, lembra-te de deixar o amor entrar. Porque tu também mereces. Tu também já sofreste o suficiente e um dia era a tua vez de ser feliz. Tu também és digno/a de viver um amor. Sem dúvidas, preocupações e incertezas. Viver só. E quando achares que é demasiado bom para ti, demasiado bom para ser real, demasiado bom para estar verdadeiramente a acontecer contigo, lembra-te de uma coisa: tudo aquilo pelo qual procuramos, não nos traz felicidade; a verdadeira felicidade está naquilo que nunca pensamos vir a ter. Não está nos planos. Não fazia parte da equação. Mas é real. E acontece. E a felicidade mora aí. 




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