Encontrei-me.

Nem sei bem como vim aqui parar. Talvez porque já não escrevia há algum tempo. Há coisas que nos acontecem e que nos tiram o nosso tempo. Muitas vezes, coisas boas. E foi isso que aconteceu. Uma sucessão de coisas boas. Nos últimos meses, aprendi e aceitei muitas coisas na vida. Comecei por aceitar que nem sempre as pessoas fazem um esforço para estar contigo. Nem sempre as pessoas querem estar contigo. Porque também há momentos em que não queres estar com elas. E, mesmo que nos aborreça, temos de saber aceitar. Aprendi a aceitar, porque já o sabia, que há pessoas que só te procuram quando necessitam de algo vindo de ti. Seja ajuda para algo, ou um conselho idiota. E, com essas, nem sempre podes contar e tens de aceitar isso. Nem sempre toda a gente vai estar lá para ti, como tu estiveste. Nem sempre te vão retribuir. Sim, talvez o "amor com amor se paga" esteja fora de moda. Acho que está há muito, mas nem todos vemos isso. Muitas vezes, é necessário bater com a cabeça na parede várias vezes, até conseguirmos ver. Ou, então, com a visão turva, percebemos que mesmo quem nos procura, pode esconder malícia por detrás de tanta busca. Nem sempre nos seguem com vontade de serem bons amigos, mas sim colegas com beneficência de umas horas passadas connosco. Nem sempre, quando chega a hora, és recompensado pela a amizade que ofereces. Nem sempre te reconhecem os valores. E, quando o fazem, pode, e às vezes deve, ser tarde demais. Mas também aprendi a dar valor às pequenas coisas, às mais ínfimas coisas. Há amizades que não se compram, que não se trocam, que não se desmancham, que não se desvanecem. E, quando dás por elas, já passou tanto tempo, que nem consegues precisar quanto, e tens sido sempre tão feliz nessa companhia. E é a isso que tens de dar valor. A quem está contigo, há tanto tempo, que nem deste conta que o tempo passou. Porque foste tão feliz. E continuas a ser. E a fazer feliz. Porque a amizade é isso. Alguém que te conforte, te faça sorrir, te julgue para te ajudar, te ouça, te confronte, mas, acima de tudo, que te faça feliz. Alguém de que não te arrependas que tenha entrado na tua vida. E descobri que tenho esse alguém. E dou-lhe valor. E agradeço-lhe, sempre que posso. Aprendi a aceitar, também, que há amigos inconstantes. Estão aqui para ti hoje, mas amanhã podem ser mal-humorados contigo. Aprendi também a aceitar que há pessoas que, por muita falta que façam na tua vida, podem nunca mais voltar. Talvez voltem, mas vais saber sempre que corres perigo. Existem, também, os que estão longe de ti, que por vezes se esquecem, mas que, a certa altura, vão acabar por se lembrar de que estás aí. Podem dar-te valor, ou fingir que o dão. Presta atenção. É preciso ter cuidado em quem confiamos. Aprendi, também, que há momentos em que temos de esquecer tudo e fugir do que nos rodeia. Encontrar um escape. E eu tive o meu. Mesmo que tenha durado apenas oito dias, mas serviu de muito. Descansada e em paz, foi assim que voltei. Umas das melhores semana que tive este ano. Conheci pessoas fantásticas, que tornaram os dias menos monótonos, e que se tornaram amigas. E, em breve, estarei com elas novamente. Apesar de tudo, também aprendi, com uns livros que li, a confiar na jornada. Porque há algo maior e melhor preparado para nós, algures. E, acima de tudo, temos de ter sempre fé. E conseguimos vencer. Tudo.
Assim, agradeço a todos os que passaram e continuam a passar pela minha vida. Por causa de todos, sei quem sou hoje. Encontrei-me.


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